O Dilema de Barak Obama
O Dilema de Barak Obama
A histórica eleição do candidato democrata Barak Obama para a presidência dos EUA em 2008 encheu o mundo de esperança depois da desastrosa gestão econômica e política do republicano George Bush.
O surpreendente em Obama foi sua eleição em uma nação de histórico racista onde a famigerada Ku-Klux-Klan floresceu nos estados sulistas ( Texas, Alabama, Geórgia, Carolina do Sul, etc) e onde ainda hoje o preconceito racial persiste.
Porém, a mesa de trabalho de Obama está repleta de problemas não apenas domésticos mas de abrangência internacional. No setor interno ainda estão na agenda do dia a explosiva situação da dívida pública dos EUA, desemprego em alta, crise no sistema de saúde Medcare e déficit na balança comercial com muitos países. E na seara externa ainda pesa o conflito com o Afeganistão, Iraque, Coréia do Norte, Israel x Palestina, Cuba, Guantánamo, etc..
Agora surge outra grossa encrenca: a divulgação pela organização Wikileaks de inúmeros documentos oficiais da política externa dos EUA que coloca por terra a idoneidade da política externa americana e deixa numa situação constrangedora o discurso político de Mr Obama.
Isso não é novidade alguma para um governo que patrocinou inúmeras atrocidades e apoiou ditaduras criminosas mundos afora. Basta lembrar o envolvimento americano no Irã em 1953 após a nacionalização da Anglo-Iranian Oil Company pelo presidente Mohamed Mossadeg e levou ao poder o governo do ditador Xã Rezha Palhev.
O apoio americano à deposição de João Goulart (1964) através da operação “Brother Sam” no Brasil e a aliança com a ditadura brasileira iniciada com o Castelo Branco.
Intromissão no governo de Salvador Allende no Chile em 1973 e o apoio ao governo ditatorial de Augusto Pinochet (1973-1990) que deixou mais de 15 mil mortos em defesa dos interesses das multinacionais americanas ITT e ATT que exploravam as minas de cobre no Chile. O envolvimento da CIA foi amplamente documentado em filmes como “Desaparecido”, ‘Chove sobre Santiago” e “A Casa dos Espirítos”
Apoio ao golpe de estado argentino de 1976 que derrubou Isabelita Peron e levou ao poder a ditadura de Jorge Videla que massacrou mais de 20 mil opositores na guerra suja contra os montoneros. Curiosamente o mesmo governo dos EUA que apoiava a ditadura argentina deixou de apoiá-lo quando da guerra das Malvinas (1982) ao aliar-se à Inglaterra de Tatcher.
Suporte à invasão do Timor Leste pelo ditador Suharto da Indonésia em 1975 que culminou com o massacre de mais de 200 mil timorenses.
Apoio ao governo ditatorial de Ferdinando Marcos (1965-1986) nas Filipinas e ao hediondo governo de François Duvailier ( o Papa –doc em 1957) e Jean Claude Duvalier (o Baby-doc em 1971) no Haiti.
Suporte ao governo truculento e assassino de Rafael Trujillo (1939-1961) na República Dominicana.
A lista é imensa e amplamente documentada na obra “As Veias Abertas da América Latina” do escritor uruguaio Eduardo Galeano.
O que a Wikileaks fez foi divulgar documentos oficiais e mensagens trocadas entre as embaixadas americanas revelando ao mundo a verdadeira face da política externa americana.
O dilema de Obama reside em justamente não apenas limpar o passado da política externa imperialista dos EUA, como se isso fosse possível, mas começar uma nova geopolítica sem todos os horrores de outrora.
Prof. João Neutzling Jr
Faculdade Tecnologia SENAC
A histórica eleição do candidato democrata Barak Obama para a presidência dos EUA em 2008 encheu o mundo de esperança depois da desastrosa gestão econômica e política do republicano George Bush.
O surpreendente em Obama foi sua eleição em uma nação de histórico racista onde a famigerada Ku-Klux-Klan floresceu nos estados sulistas ( Texas, Alabama, Geórgia, Carolina do Sul, etc) e onde ainda hoje o preconceito racial persiste.
Porém, a mesa de trabalho de Obama está repleta de problemas não apenas domésticos mas de abrangência internacional. No setor interno ainda estão na agenda do dia a explosiva situação da dívida pública dos EUA, desemprego em alta, crise no sistema de saúde Medcare e déficit na balança comercial com muitos países. E na seara externa ainda pesa o conflito com o Afeganistão, Iraque, Coréia do Norte, Israel x Palestina, Cuba, Guantánamo, etc..
Agora surge outra grossa encrenca: a divulgação pela organização Wikileaks de inúmeros documentos oficiais da política externa dos EUA que coloca por terra a idoneidade da política externa americana e deixa numa situação constrangedora o discurso político de Mr Obama.
Isso não é novidade alguma para um governo que patrocinou inúmeras atrocidades e apoiou ditaduras criminosas mundos afora. Basta lembrar o envolvimento americano no Irã em 1953 após a nacionalização da Anglo-Iranian Oil Company pelo presidente Mohamed Mossadeg e levou ao poder o governo do ditador Xã Rezha Palhev.
O apoio americano à deposição de João Goulart (1964) através da operação “Brother Sam” no Brasil e a aliança com a ditadura brasileira iniciada com o Castelo Branco.
Intromissão no governo de Salvador Allende no Chile em 1973 e o apoio ao governo ditatorial de Augusto Pinochet (1973-1990) que deixou mais de 15 mil mortos em defesa dos interesses das multinacionais americanas ITT e ATT que exploravam as minas de cobre no Chile. O envolvimento da CIA foi amplamente documentado em filmes como “Desaparecido”, ‘Chove sobre Santiago” e “A Casa dos Espirítos”
Apoio ao golpe de estado argentino de 1976 que derrubou Isabelita Peron e levou ao poder a ditadura de Jorge Videla que massacrou mais de 20 mil opositores na guerra suja contra os montoneros. Curiosamente o mesmo governo dos EUA que apoiava a ditadura argentina deixou de apoiá-lo quando da guerra das Malvinas (1982) ao aliar-se à Inglaterra de Tatcher.
Suporte à invasão do Timor Leste pelo ditador Suharto da Indonésia em 1975 que culminou com o massacre de mais de 200 mil timorenses.
Apoio ao governo ditatorial de Ferdinando Marcos (1965-1986) nas Filipinas e ao hediondo governo de François Duvailier ( o Papa –doc em 1957) e Jean Claude Duvalier (o Baby-doc em 1971) no Haiti.
Suporte ao governo truculento e assassino de Rafael Trujillo (1939-1961) na República Dominicana.
A lista é imensa e amplamente documentada na obra “As Veias Abertas da América Latina” do escritor uruguaio Eduardo Galeano.
O que a Wikileaks fez foi divulgar documentos oficiais e mensagens trocadas entre as embaixadas americanas revelando ao mundo a verdadeira face da política externa americana.
O dilema de Obama reside em justamente não apenas limpar o passado da política externa imperialista dos EUA, como se isso fosse possível, mas começar uma nova geopolítica sem todos os horrores de outrora.
Prof. João Neutzling Jr
Faculdade Tecnologia SENAC
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